Resumo

O presente ensaio se dedica a tecer reflexões sobre uma paixão, mas do ponto de vista de um tema amargo, quais sejam, o futebol e os racismos. Nos centramos em exemplos pontuais de violências raciais, protagonizadas pelos torcedores, contra alguns jogadores elegidos como meta privilegiada. Nossas observações (análises) têm como localidade discursiva o extracampo para além dos torcedores, ou seja, daqueles que não torcem, mas sim analisam. Portanto, a nossa exterioridade pode ser considerada de segunda mão ou segunda exterioridade. O futebol é tomado como campo cujo objeto são as especificidades das violências raciais. A justificativa se deve ao fato de que todos os esportes são racializados. No futebol, nas quatro linhas, a racialização torna-se fluida e muitas vezes quase nula quando se trata da primazia da técnica. Portanto, é na dinâmica da eminente “nulidade” da “raça” que as relações intersubjetivas extra quatro linhas podem se referenciar num processo permanente de desaprendizagem das práticas de violências raciais, mediado pela técnica do amor.

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