Reimaginando o esporte: a abordagem ativista como alternativa para a desigualdade de gênero na escola
Por Bruna Saurin Silva (Autor), Mariana Zuaneti Martins (Autor).
Em IV Congresso Internacional de Pedagogia do Esporte - CIPE
Resumo
Na busca por uma educação física escolar que tematiza os esportes de forma crítica e engajada com a inclusão de meninas, esta pesquisa relata uma experiência de co-desenho de aulas baseadas nas abordagens ativistas. A abordagem ativista é uma proposta pedagógica que ensina educação física através de processos sistemáticos de escuta das vozes das/os estudantes. Seu objetivo é conscientizar sobre as injustiças que dificultam o aprendizado e a vida das/os alunas/os, promovendo o engajamento delas/es nos processos de transformação dessas realidades. Metodologia: Trata-se de uma pesquisa-ação participativa realizada com uma turma do quarto ano do Ensino Fundamental de uma escola pública da Grande Vitória. Participaram 20 estudantes (7 meninos e 13 meninas). As aulas foram ministradas conjuntamente pela autora principal e a professora de educação física da escola, durante um ano letivo. Desenvolvimento: O primeiro passo da pesquisa foi co-construir uma linguagem comum com os estudantes. Trabalhamos com jogos, produção de artefatos, encenações e conversas, possibilitando que os estudantes expressassem seus sentimentos sobre as aulas, permitindo-nos ouvi-los e respondê-los de acordo com suas demandas. Em seguida, discutimos as violências que circulavam durante as aulas e afastavam principalmente as meninas desses espaços de prática. Falar sobre essas violências nos levou a co-criação de “combinados” com a turma, o que colaborou na promoção de um ambiente mais seguro para as aulas de educação física. Por último, ouvimos e refletimos com as/os alunas/os sobre as injustiças e as diferentes oportunidades de participação nas aulas. Na tentativa de modificar esse cenário, buscou-se co-construir com alunas e alunos jogos que fossem inclusivos e divertidos para todas/os. Sugestões: Trabalhar a partir das perspectivas ativistas nos permitiu ouvir o que as/os estudantes têm a dizer sobre seus sentimentos, anseios e medos ao jogar. Identificar tais barreiras, refletir e pensar alternativas foi um passo para a transformação.