Relação entre atividade física, incapacidade cervical e qualidade de vida em indivíduos com dor cervical crônica não específica
Por Amanda Silva Saldanha (Autor), Pedro Henrique Martins de Castro (Autor), Israel do Nascimento Oliveira (Autor), Hygor Felipe de Albuquerque Barros (Autor), Wouber Herickson de Brito Vieira (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A dor cervical crônica não específica (DCCNE) é caracterizada por dor persistente no pescoço sem causa específica, afetando cerca de 70% da população mundial, com maior incidência em mulheres. Por interferir na funcionalidade, nos níveis de atividade física e na percepção de qualidade de vida, compreender as correlações entre essas variáveis é essencial para orientar estratégias de prevenção e tratamento. OBJETIVO: Investigar a relação entre o nível de atividade física, incapacidade cervical e qualidade de vida em indivíduos com DCCNE. MÉTODOS: Estudo de correlação com 76 participantes de ambos os sexos, com idades entre 18 e 50 anos, diagnosticados com DCCNE grau I ou II segundo o Neck Pain Task Force, com duração mínima de três meses, intensidade de dor ≥ 3 na Escala Numérica de Dor (END) e pontuação ≥ 5 no Índice de Incapacidade Cervical (NDI). Foram aplicados END, NDI e o questionário de qualidade de vida SF-36. Para análise estatística, utilizou-se correlação de Pearson com bootstrap para aumentar a precisão dos resultados, considerando significância p<0,05. RESULTADOS: Houve uma correlação fraca e negativa entre Índice de Incapacidade do Pescoço e nível de atividade física (r= - 0,28; p= 0,01), Houve uma correlação fraca e positiva entre a qualidade de vida e o nível de atividade física (r= 0,33; p=0,03). CONCLUSÃO: O estudo evidencia que maior nível de atividade física está positivamente associado à qualidade de vida e inversamente associado à incapacidade cervical. Esses achados reforçam a importância de programas de exercícios não apenas para reabilitação, mas também como estratégia preventiva, promovendo manutenção da funcionalidade, redução de limitações e melhor bem-estar em pacientes com DCCNE. Futuros estudos são necessários para explorar essas relações de forma mais detalhada, considerando que a condição clínica pode ser influenciada por fatores físicos, psicológicos e sociais.