Resumo

Desde sua criação, os Jogos Paralímpicos refletem as disparidades globais em termos econômicos e sociais, ao mesmo tempo que promovem a inclusão e destacam o desempenho esportivo de atletas com deficiência. Este estudo investiga como o Produto Interno Bruto (PIB), o tamanho da população e o número de modalidades impactam a quantidade de medalhas conquistadas, com base em dados históricos do Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e informações econômicas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI). A análise descritiva foi utilizada para compreender a distribuição dos dados, considerando médias, desvios-padrão, valores mínimos e máximos. As correlações de Pearson indicam uma associação significativa entre PIB e número de medalhas na América do Norte e Oceania, enquanto o número de modalidades está relacionado às medalhas na Europa e América do Sul. A regressão linear múltipla demonstra que o PIB (β = 0,92) e o número de modalidades (β = 0,67) são preditores significativos de medalhas, explicando 79% da variabilidade. Os resultados mostram que, embora o PIB e o número de modalidades sejam determinantes, políticas esportivas e a cultura esportiva desempenham papeis cruciais. Na Europa, o desempenho não está fortemente associado ao PIB, enquanto na Oceania e América do Norte, a forte correlação entre PIB e medalhas reforça a importância de economias robustas. No Caribe, a dimensão econômica não é determinante para o desenvolvimento paralímpico, justificado por outras variáveis. Dito isso, a pesquisa sugere que o sucesso paralímpico é influenciado por uma combinação de fatores econômicos, políticas públicas inclusivas e tradições esportivas.

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