Integra

A definição de saúde mental, em sua complexidade, não pode ter a pretensão de abarcar o ideal inatingível de completo bem-estar biopsicossocial, tampouco responder a todas as questões suscitadas pelo estudo do psiquismo. Afinal, nenhuma definição de saúde é capaz de validar plenamente todas as facetas da experiência humana.

Ainda que pontos de vista distintos tenham valor, é necessário reconhecer suas limitações. Por isso, convido à reflexão sobre a saúde mental sob uma perspectiva compreensiva, interativa e não determinista — como expressão de resiliência e de movimento da vida. Não como um conjunto de sinais e sintomas, mas como experiência subjetiva e complexa, enraizada na dimensão corporal. Pensar a saúde mental é pensar um corpo em movimento. Saúde é movimento, e movimento é vida!

Um corpo intrinsecamente ligado ao fenômeno humano, à existência, à história e à cultura. Um corpo que deseja, que pensa o mundo, o Outro e a si próprio.

A resiliência, por sua vez, é a capacidade de se recompor diante dos desafios, de adaptar-se, superar-se e manter o equilíbrio frente às adversidades. Em um mundo em constante transformação, ela é a habilidade de transmutar crises em possibilidades de realização, pois a dor e os momentos difíceis, quando acolhidos, podem revelar as verdades mais profundas e são convites ao despertar.

A vida é criativa, e seu movimento revela a riqueza infinita de possibilidades que se abrem diante de nós. Cabe, então, perceber, acolher e transformar!

Até breve!