Resumo

O objetivo do presente estudo foi verificar a relacao entre os sintomas osteomusculares e o pico de torque e flexibilidade dos membros inferiores de professores do ensino fundamental municipal. Foram avaliadas 68 professoras (39,5 }9,1 anos, 65,0 }11,0 kg, 158,4 }5,8 cm) da rede municipal do ensino fundamental de Matinhos-PR. Foram utilizados questionario contendo dados ocupacionais e Questionario Nordico de Sintomas Osteomusculares. Para avaliar o pico de torque dos musculos isquiotibiais (IT) e quadriceps (Q) foi utilizada celula de carga, e para medir a flexibilidade de IT e de flexores de quadril uni e biarticulares, a fotometria. Para a analise dos questionarios foram comparadas as variaveis independentes do questionario de dados ocupacionais com as variaveis dependentes do Questionario Nordico por meio da regressao logistica multivariada (p.0,05), bem como para analise da relacao entre os sintomas osteomusculares e os valores obtidos de pico de torque e flexibilidade. As relacoes entre as variaveis categoricas oram analisadas pelos testes de associacao Qui-Quadrado, com nivel de significancia de p.0,05. Encontrou-se alta prevalencia de sintomas osteomusculares, sendo que 83,5% das professoras relatou sintomas em ao menos uma regiao dos membros inferiores. O local mais atingido pelos sintomas osteomusculares foi a parte inferior das costas (69,1%). Foi encontrado que a idade e o torque de IT foram fatores de risco para ter sintomas osteomusculares na regiao de quadril/coxas nos ultimos 12 meses (p=0,044 e p=0,008, respectivamente), e o torque de Q foi fator de protecao para ter sintomas na mesma regiao (p=0,008). A idade e torque de IT foram encontrados como fatores de risco para presenca de sintomas nos joelhos nos ultimos 12 meses (p=0,009 e p=0,027, respectivamente). A flexibilidade de IT, assim como o encurtamento de lexores de quadril biarticulares, foram associados como fatores de risco para os sintomas nos tornozelos/pes nos ultimos 12 meses (p=0,036 e p=0,030, respectivamente), e o numero total de alunos e IMC (indice de massa corporal) como fatores de protecao para a mesma regiao (p=0,019 e p=0,023, respectivamente). O numero de classes foi fator de risco para ter impedimento para desempenhar as atividades diarias e cupacionais devido aos sintomas na parte inferior das costas e tornozelos/pes (p=0,041 e p=0,005, respectivamente), assim como a flexibilidade de IT para o quadril/coxas (p=0,020). O torque de Q foi encontrado omo fator de protecao para o impedimento devido aos sintomas no quadril/coxas (p=0,013). O numero de alunos foi encontrado como fator de protecao para a consulta devido aos sintomas na parte inferior das costas e quadril/coxas (p=0,026 e p=0,013, respectivamente). A carga horaria semanal tambem foi fator de protecao para a procura a profissional da saude devido aos sintomas no quadril/coxas (p=0,025). O encurtamento musculo-tendineo dos flexores de quadril uniarticulares foi associado, como fator de protecao, a consulta nos ultimos 12 meses devido aos sintomas na regiao de tornozelos/pes (p=0,03). O torque de Q e encurtamento de flexores de quadril uniarticulares foi fatores de protecao para ter sintomas osteomusculares na ultima semana na parte inferior das costas (p=0,027 e p=0,039, respectivamente). O torque de Q tambem foi fator de protecao para ter sintomas na ultima semana em quadril/coxas (p=0,033). O torque de IT, flexibilidade de IT e numero de alunos foram identificados como fatores de protecao para os sintomas nos joelhos nos ultimos 7 dias (p=0,027, p=0,034 e p=0,037). O IMC foi fator de risco para ter sintomas nos tornozelos/pes nos ultimos 7 dias (p=0,028). Os achados do presente estudo demonstram que os rofessores apresentaram alta prevalencia de sintomas e que a regiao mais atingida foi a parte inferior das costas. Tais sintomas podem ser influenciados pela carga horaria semanal, numero de alunos e de classes, bem como pelo torque de Q, de IT, nivel de flexibilidade de IT e encurtamento de flexores de quadril u i e biarticulares.

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