Tendências da participação em atividade física no lazer por sexo no Brasil: dados do Vigitel (2013-2023)
Por Tatiana Rehder Gonçalves (Autor), Mauro Felippe Felix Mediano (Autor), Cristiane Costa Fonseca (Autor), Gisele Lemes Veiga Araujo (Autor), Pedro Curi Hallal (Autor), Vitor Barreto Paravidino (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
A atividade física (AF) está associada a inúmeros benefícios à saúde sendo a AF de lazer particularmente relevante para intervenções em saúde pública. OBJETIVO: Analisar as tendências temporais da participação em AF no lazer entre adultos brasileiros de 2013 a 2023, em geral e estratificadas por sexo. MÉTODOS: Este estudo utilizou dados do inquérito VIGITEL, entre 2013 e 2023. A prevalência de AF no lazer foi avaliada com base na participação autorrelatada em AF pelo menos uma vez por semana, frequência e duração das atividades realizadas nos últimos três meses. Modelos de regressão logística geral e estratificados por sexo foram realizados. RESULTADOS: Houve um aumento na porcentagem de indivíduos ativos de 45,1% em 2013 para 54,6% em 2023 (p-valor=<0,001), com aumento na proporção de participantes que relataram frequência de AF de lazer de 3 a 4 (33,8% para 35,8%; p-valor=0,01) e 5 a 6 dias por semana (24,9% para 29,2%; p-valor=0,004) e duração de 10 a 29 (2,1% para 2,7%; p-valor=< 0,001), 30 a 59 (12,0% para 15,0%; p-valor=< 0,001) e ≥60 minutos por sessão (30,9% para 36,7%; p-valor=<0,001). Em geral, as mulheres apresentaram menor prevalência de AF no lazer. Embora ambos os sexos tenham experimentado um aumento ao longo do período do estudo, a taxa de aumento foi menor entre os homens do que entre as mulheres (7,0% vs. 11,5%; p-valor para interação =0,004). Padrões distintos de mudança na frequência semanal de AF foram observados entre os sexos. CONCLUSÃO: Entre 2013 e 2023, o Brasil apresentou aumentos na prevalência da prática de AF no lazer, bem como na frequência semanal e na duração das sessões, em geral e por sexo. Esses achados destacam a importância da vigilância contínua por meio de sistemas de informação para o fortalecimento das políticas de saúde pública que promovem a AF.