Resumo

Após participar de um curso promovido por SME em parceria com o Sesc, iniciei o projeto na escola a fim de envolver a participação de todas as turmas envolvidas (8ºs e 9ºs anos inicialmente), desenvolvendo o aprendizado dos esportes paralímpicos Goalball e Voleibol Sentado, além da cooperação, valorização e a interação do grupo por completo, promovendo assim a inclusão. Iniciei apresentando vídeos de atletas paralímpicos, realizando diversas atividades ("Um treino que muda a vida”; "Yes, I can!", ambos do Rio 2016) e das modalidades a serem trabalhadas ("Conheça o Vôlei Sentado"; “Conheça o Goalball"). Em seguida, o trabalho passou a ser desenvolvido na quadra. Primeiro o Vôlei Sentado. Através de atividades lúdicas, os alunos aprenderam as posições que as mãos devem ficar nos deslocamentos para evitar lesões. Após, foi iniciado um processo pedagógico, utilizando também atividades lúdicas para fixar na memória motora do grupo as diferentes formas de tocar a bola, com e sem deslocamento e o saque. Na sequência, foram desenvolvidos jogos recreativos com toda a turma, inserindo aos poucos as regras até chegar ao jogo propriamente dito, com o número de jogadores, regras, alunos realizando a arbitragem e também como gandulas. Dessa forma, foi possível a participação de todos. Lembro que nas aulas havia alunos com deficiência, os quais se sentiram muito felizes por participarem das atividades. Dando continuidade ao projeto, seguimos para o Goalball, como já haviam assistido ao vídeo, apliquei algumas atividades lúdicas para a vivência do novo universo, desenvolvendo a memória linguística, a percepção auditiva e espacial do grupo. Todos utilizaram máscaras confeccionadas com EVA preto e elástico. Alguns exemplos das atividades trabalhadas são: procurando seu par através do som; passar a bola de goalball e/ou a de basquete (envolvida em saco plástico para ser reconhecida pelo som), em colunas (sentados, em pé) por cima da cabeça, por baixo das pernas, pela direita e esquerda; entre outras. A interdisciplinaridade e transdisciplinaridade estiveram presentes neste projeto ao serem solicitadas à professora de Inglês para ensinar às turmas envolvidas, os termos usados durante o jogo, já que o mesmo é narrado nesta língua e à professora de Matemática para auxiliar os alunos na demarcação da quadra, trabalhando as medidas, noções de espaço, entre outros; Novamente, de forma lúdica, foram ensinadas as posições de expectativa, de defesa, o deslize e a posição da cabeça para proteger o rosto. O jogo foi vivenciado inicialmente sem as vendas e depois vendados. A turma foi separada em grupos, enquanto uns jogavam, outros atuavam com gandulas, árbitros (narrando o jogo em inglês) e repositores de bola. O Goalball despertou grande curiosidade e entusiasmo nos alunos, acredito que por ser diferente dos jogos experimentados e também por estarem vendados. Depois de praticarem em nossa escola, tivemos a oportunidade de levar nossos alunos para um festival no Sesc Ipiranga, onde puderam vivenciar os jogos aprendidos junto com outras crianças, de diversas escolas. Foi uma grande satisfação desenvolver este projeto e perceber nos alunos que ao final deste processo, houve a reflexão sobre as potencialidades que todos possuem, pessoas com e sem deficiência. Notei a preocupação em ajudar os colegas, crescendo a cooperação entre eles e também que todos sentiram-se valorizados e ampliaram seus conhecimentos sobre si mesmos e sobre os demais. Dificuldades sempre existirão, mas não podemos nos acomodar. Ao conseguirmos ver o retorno do trabalho desenvolvido, percebemos que valeu a pena.

Referências Bibliográficas

 https://seinclui.ciar.ufg.br/ Se inclui. cbvd.org.br Confederação Brasileira de Voleibol para Deficientes. cbdv.org.br Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais