Resumo

Os produtos finais de glicação avançada (PFGA) são um conjunto de compostos formados a partir da reação de Maillard, na qual o açúcar reduzido reage de forma não enzimática com aminoácidos, lipídios ou DNA. O aumento dos PFGA está associado às doenças cardiovasculares e metabólicas, potencializado pelo processo de envelhecimento. O treinamento de força (TF) e aeróbico (TA) é recomendado para melhoria dos níveis de PFGA de idosos, no entanto alguns idosos com limitações articulares podem não conseguir realizar o TF na intensidade recomendada, neste sentido, o TF combinado com restrição do fluxo sanguíneo (TFRFS) tem sido apresentado como alternativa para induzir adaptações neuromusculares similar ao TF. No entanto, não está claro os efeitos do TFRFS, sobre os PFGA e o perfil glicêmico em idosos. OBJETIVO: Comparar os efeitos do TF, TA e TFRFS sobre a glicemia e PFGA. MÉTODOS: O cálculo amostral a priori foi de n=12 por grupo, com tamanho de efeito de 0,8, erro α 0,05 e poder de 95% (G* power 3.1.9.7). Trinta e nove idosos (68,3±6,9 anos; IMC 27,9±4,1m2 ), de ambos os sexos foram randomizados em 3 grupos: TF(n=11), TA (n=14) e TFRFS (n=14), respectivamente. O grupo TF executou de 3-4 séries, 8-12 reps a 70% de 1 RM e 90s de intervalo entre as séries. O grupo TFRFS executou de 3-4 séries de 15 reps a 20% de 1 RM +80% da pressão de oclusão da coxa, mantida durante todo o protocolo, com 1 min de intervalo. Ambos os grupos de TF e TFRFS realizaram exercício de leg press e cadeira extensora. O grupo TA caminhou por 15 min em esteira com velocidade equivalente a percepção de esforço PSE entre 6-7 da escala de esforço adaptada de Borg, (0 é igual a nenhum esforço e 10 esforço máximo). Os participantes treinaram por 12 semanas, 2 x/semana. As medidas de glicemia e PFGA foram realizadas antes e após o período de intervenção. Uma ANOVA two way com post hoc de Tukey foi aplicado, com nível de significância de p£0,05. RESULTADOS: Houve aumento dos PFGA do pré para pós-intervenção somente nos grupos TF (pré: 2,2 ± 0,04 u.a., pós: 3,2 ± 0,5, p=0,01) e TA (pré: 2,4 ± 0,80, pós: 3,1 ± 1,1, p=0,03) respectivamente, sem diferença entre os grupos (p≥0,05). O grupo TFRFS permaneceu inalterado (pré 2,6±0,9, pós 3,0±0,9, p=≥0,05). A glicemia não foi alterada após o período de intervenção (p≥0,05). CONCLUSÃO: Somente o grupo TFRFS não apresentou mudanças nos PFGA, mais pesquisas são necessárias para investigar possíveis mecanismos subjacentes à estas respostas.