Resumo

Indivíduos mais velhos geralmente apresentam diminuição da força muscular devido à perda progressiva de massa muscular, normalmente chamada de sarcopenia. A sarcopenia relacionada à idade diminui a capacidade de realizar atividades da vida diária, bem como tem implicações metabólicas negativas, levando a um maior risco de doenças crônicas, como obesidade ou diabetes. Um modelo de regressão incluindo variáveis facilmente avaliadas poderia ajudar a determinar a massa magra apendicular (MMA) e fornecer uma ferramenta para classificar os indivíduos como sarcopênicos ou não sarcopênicos, o que seria extremamente útil para os profissionais. OBJETIVO: Propor e apresentar evidências da validade de um modelo estatístico simples para estimar a massa magra apendicular em idosos. MÉTODOS: A amostra foi composta por 82 participantes (13 homens, 60 a 88 anos). Foram avaliados a massa corporal, estatura, circunferências de braço e coxa, força do membro inferior dominante por dinamômetro isocinético (3 séries; 10 repetições; 120s de intervalo; extensão e flexão do joelho; ação concêntrica-excêntrica), força do membro superior dominante por dinamômetro graduado em kg (3 tentativas de contração máxima intercaladas com intervalos de 60s) e composição corporal por DXA. Após comprovar a normalidade dos dados, matrizes de correlação entre as variáveis foram calculadas e aquelas exibindo associações significativas e ao menos moderadas foram incluídas na regressão múltipla forward-stepwise. A equação preditiva passou por testes de validação. A classificação de indivíduos 'sarcopênicos' e 'em risco de incapacidade devido à sarcopenia' foi proposta de acordo com os pontos de corte de Baumgarter e Janssen, respectivamente. RESULTADOS: A equação preditiva encontrada foi: MMA (kg) = 4,307 (sexo; F = 0 ou M = 1) - 0,023 (circunferência do braço, cm) + 0,007 (circunferência da coxa, cm) + 0,181 (massa corporal, kg) + 4,081 (R = 0,905; R2 = 0,819; R2adj = 0,809; F = 86,96; p < 0,0001; SEE = 1,53 Kg). Os valores estimados e reais de MMA não diferiram e foram fortemente correlacionados, e mais de 85% de variância em relação ao valor do DXA foi contabilizado. CONCLUSÃO: Nosso modelo foi capaz de identificar adequadamente a sarcopenia e o risco associado de incapacidade, e refletiram a função muscular real avaliada por resultados de força em membros superiores e inferiores.

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