Resumo
Neste artigo se realiza um estudo das disciplinas esportivas que foram incluídas para o desenvolvimento dos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (realizados em 2021 devido à pandemia de COVID-19). Tomando como ponto de partida algumas das categorias teóricas propostas por Parlebas (1981, 2001), procuramos categorizar e analisar diferentes práticas e agrupá-las segundo as suas características. Os critérios utilizados foram: a cooperação, a oposição e a relação com o meio ambiente. É uma pesquisa 4 qualitativo-quantitativa na qual, após classificar as diferentes disciplinas, foi realizada uma análise estatística. Esta última conformou um registro do número de práticas desportivas correspondentes com cada uma das categorias. A partir daí surgiram diferentes porcentagens que expressam características e possibilitam interpretações, conforme o detalhado no artigo. Embora este estudo seja incipiente, ele permite traçar alguns paralelismos com pesquisas anteriores. Tendências registradas em edições anteriores dos Jogos Olímpicos são confirmadas. Por um lado, ainda que se observe que as práticas sociomotoras são cada vez mais privilegiadas, também se reafirma a predominância de modalidades em que os atletas competem psicomotoramente (ou seja, individualmente). A supremacia do uso de espaços padronizados com o objetivo de quebrar recordes e melhorar o desempenho esportivo é outra confirmação deste estudo. Os Jogos Olímpicos se apresentam como eventos esportivos de grande popularidade, e as razões para a escolha de determinadas modalidades não são neutras, muito pelo contrário. O seu estudo permite e facilita um maior conhecimento do funcionamento dos sistemas desportivos no contexto das sociedades atuais.