Resumo

 A prática esportiva, quando desvinculada de estruturas competitivas e institucionais, pode adquirir múltiplos significados, tais como lazer, autocuidado e fortalecimento de vínculos sociais. Nesse contexto, insere-se a iniciativa "Voleizinho pra curar onde dói", configurando-se como um espaço relacional de lazer criado por um grupo de amigas que, ao se apropriar das quadras públicas localizadas na Orla do Guaíba, em Porto Alegre (RS), encontrou no vôlei de areia uma forma de encontro, convivência e fortalecimento de laços afetivos. OBJETIVO: Analisar o perfil dos participantes do "Volêizinho" e as representações sociais atribuídas ao grupo enquanto espaço de lazer .MÉTODOS: trata-se de uma pesquisa qualitativa, desenvolvida por meio de um questionário online contendo perguntas abertas e fechadas. A amostra foi composta por participantes do grupo "Volêizinho". RESULTADOS: A pesquisa contou com 16 participantes do "Voleizinho pra curar onde dói", com média de idade de 33,8 anos, sendo 11 mulheres cis e 6 homens cis. A maioria atua nas áreas de Negócios, Finanças e Administração (37,5%) e reside na região central de Porto Alegre (43,75%). Bicicleta/patinete (30,43%), ônibus (26,09%) e carro de aplicativo (21,74%) são os principais meios de deslocamento até os jogos. A entrada no grupo ocorre, principalmente, por amizades (50%). A maioria participa semanalmente ou mais (62,5%) e deseja maior frequência (81,3%). Os principais impedimentos são trabalho (28,57%) e rotina (19,05%). As motivações incluem gosto pelo esporte (33,33%), lazer (22,22%) e saúde (18,52%). O vôlei é percebido como forma de diversão (26,9%), alívio do estresse (23,1%) e socialização (19,2%). CONCLUSÃO: Os dados indicam que o grupo configura-se como espaço de lazer e bem-estar, articulando prazer, vínculos sociais e cuidado com a saúde.