Pessoal, o cevnauta Raul Milliet (sim, foi o criador/coordenador do Projeto Recriança) é doutor e história e sobrinho do João Saldanha, e sempre fica indignado com a folclorização do treinador comunista do time do Brasil durante a ditadura. Ele autorizou o repasse da conversa pessoal:

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           ... Segue o link de um programa sobre o João. Vale dar uma olhada. No programa ficou a lacuna (dentre varias outras) da preocupação que ele tinha com a questão tática e com a preparação física. Acabam folclorizando demais a figura dele. Afinal a presença do Lamartine Pereira da Costa e de outros na seleção de 70 deve-se ao João. Apontei isto na tese.

http://globonews.globo.com/Jornalismo/GN/0,,MUL1603705-17665-303,00.html
            Abraço, Raul.

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Comentários

Por Raul Milliet Filho
em 28 de Julho de 2010 às 20:27.

Gostaria de deixar claro que este bom programa da Globo News tem lacunas e em determinados momentos folcloriza a figura do João. Mas não fiquei indignado, longe disso. Aliás, o programa é baseado em um documentário de longa metragem intitulado “João”, dirigido por Beto Macedo e André Siqueira. Um trabalho de talento e excelente pesquisa, diga-se de passagem. O documentário ainda não entrou em circuito comercial.

            O que quase ninguém diz nem registra, a começar por Zagallo, Parreira e outros remanescentes da comissão técnica de 1970 foi a preocupação e liderança de João Saldanha em convocar não somente os melhores jogadores, como os profissionais mais qualificados para a preparação física e adaptação a altitude. A começar por Lamartine Pereira da Costa.

            Quando Zagallo no programa e no filme (ainda inédito) diz que Saldanha não era muito de “dar táticas” nos treinamentos não conta a história completa. De fato João privilegiava o talento e colocava a tática a serviço do jogador e não o contrário como muitos técnicos fazem hoje. Como não supervalorizava o papel dos técnicos. Mas se preocupava sim com a questão tática.

            Na final de 1957 quando o Botafogo sagrou-se campeão derrotando o Fluminense (Campeonato Carioca) por 6 x 2, João armou seu time num 4-4-2, com Quarentinha marcando Telê homem a homem. No ataque mais fixos apenas Garrincha e Paulinho Valentim. Em diversas de suas crônicas discutia a História das táticas no futebol. Uma delas é antológica e merece ser lida por todos os leitores do Cev: Leis do Impedimento e História do Futebol, escrita em 1968, um ano antes dele assumir o cargo de técnico da seleção. Está no livro que organizei “Vida que Segue”.

           , Raul Milliet Filho   

Por Laercio Elias Pereira
em 29 de Julho de 2010 às 08:00.

Cevnautas, Raul,

Tem sinopse e entrada pra comprar o livro na biblioteca do CEV:

http://cev.org.br/biblioteca/vida-que-segue-joao-saldanha-as-copas-1966-1970

A gente bem que poderia provocar os historiadores para a criação do Memorial João Saldanha. Estamos escovando essa idéia de memoriais no CEV há 14 anos (a serem comemorados depois de amanhã) com o primeirão a mandar uma mensagem pras listas do CEV, o cumpanhero e um dos Tocadores da nossa comunidade História, Victor Melo (Ei Victor, sumiu a fotografia da sua página no quem é quem! Vc tá providenciando uma de cabelos brancos?;-) 

Gosto do memorial feito em homenagem ao Prof Maurício Tratemberg.

http://mauricio-tragtenberg.blogspot.com/

A gente poderia usar como exemplo para estabelecer como seriam os memoriais do CEV. Construção coletchiva como gosta de chiar o pessoal dacademia. Laercio


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