Amigos indicação do Prof. Maurício Santos.

Potência Muscular ou Força Muscular? Qual é o Fator Crítico para a Capacidade Funcional em Idosos?

Na edição de janeiro deste ano da revista Exercise Sport Science Review, que publica artigos de revisão, um paper nos chamou atenção. Escrito por Kieran F. Reid e Roger A. Fielding o artigo traz a relação da potência muscular e a capacidade funcional de idosos.

Sabemos que com o avanço da idade as alterações fisiológicas e morfológicas vão acontecendo. Uma das características mais marcantes é a perda da massa muscular (sarcopenia) e da força muscular (dinapenia). Entretanto, a potência muscular é perdida com maior ênfase do que as duas variáveis citadas anteriormente. A potência muscular esta intimamente associada com a capacidade funcional entre os homens e mulheres idosas. Em outras palavras, quanto menor os valores de potência muscular menor os resultados nos testes de capacidade funcional.

Quem é mais importante para a capacidade funcional: força muscular ou potência muscular? Segundo algumas pesquisas, a potência muscular é mais preditora de redução da mobilidade entre os idosos do que a força muscular. Por exemplo, Suzuki et al (2001) avaliaram a capacidade funcional com dois testes. A potência correlacionou-se melhor (0,58 vs 0,32) no teste levantar da cadeira e subir escadas (0,49 vs 0,37). Já nos resultados do estudo italiano InCHIANT os idosos que apresentavam menor potência muscular tinham três vezes mais chances de capacidade funcional reduzida.

Os determinantes fisiológicos da redução da potência muscular passam pelas características quantitativas e qualitativas. Dentre as quantitativas destacam-se a redução da massa muscular (sarcopenia) e as alterações do tipo de fibra muscular, principalmente as fibras do tipo II. Já as qualitativas estão às alterações neuromusculares, como por exemplo, perda de motoneurônios, perda da mielina, das unidades motoras, redução da velocidade da condução do impulso nervoso e também a redução dos neurotransmissores, entre outros.

Comentários

Por Edison Yamazaki
em 14 de Setembro de 2012 às 02:53.

Pelo lado funcional acho que o desenvolvimento da potência muscular seria melhor. Mas quando velho os idosos perdendo massa muscular, concluo que devemos trabalhar o ganho de músculos. A pele fica "recheada", a aparência melhora e com ele o bem estar psicológico.

Que tal trabalhar os dois de maneira equilibrada?

Aqui no Japão a grande maioria dos idosos, e tem muitos, trabalham o ganho de massa muscular e resistência aeróbica. Quase 80% dos alunos estão acima dos 60 anos, mas com saúde de fazer inveja.

 

Abraços,

Por Roberto Affonso Pimentel
em 14 de Setembro de 2012 às 09:49.

Acrescentando ao comentário do Edison, vejam o que encontrei no site do Terra sobre a longevidade dos japoneses e suas implicações.

Japão registra recorde de mais de 50 mil idosos centenários
14 de setembro de 2012

O número de idosos com mais de 100 anos superou pela primeira vez na história do Japão o recorde de 50 mil cidadãos, segundo uma estimativa apresentada nesta sexta-feira pelo Ministério da Saúde do país. O estudo, que o Ministério elabora anualmente desde 1963, aponta que no Japão há na atualidade 51.376 centenários, 3.620 a mais que no ano anterior, no que representa o 42º ano consecutivo de aumento. De novo as mulheres lideram: com 87,3% do total, o número de centenárias é de 44.842, o que representa 3.248 a mais que em 2011. No entanto, o cidadão mais velho do país é um homem, Jiroemon Kimura, que com seus 115 anos vive na província de Kioto e cuja longevidade aparece no Livro Guinness dos Recordes. Por sua parte, Koto Okubo, nascida em 1897, ostenta o título de mulher mais idosa do Japão com 114 anos.

O Ministério publicou o estudo a poucos dias que se celebre, na próxima segunda-feira, a festividade do Dia do Respeito aos Idosos, em meio à inquietação pelo acelerado envelhecimento da sociedade japonesa, que atualmente conta com mais de 24% de sua população com 65 anos ou mais. O total da população japonesa soma 127,4 milhões de habitantes, dos quais 30,8 milhões são maiores de 65 e apenas 16,8 milhões têm 14 anos ou menos. Segundo as previsões do Instituto de População e Seguridade Social, para o ano 2060 o Japão poderia ter 40% de seus cidadãos acima dos 65 anos.

Em 1963, quando começou a apuração, foram registrados apenas 153 centenários e levou 35 anos alcançar os 10 mil de 1998, enquanto nos anos seguintes o índice experimentou um crescimento exponencial até chegar a 20 mil em 2003 e cerca de 40 mil em 2009.

Teria sido por isto que o Edison foi residir no Japão? Quem aposta quantos anos viverà? Certamente não o veremos centenário...

 

 

Por Edison Yamazaki
em 16 de Setembro de 2012 às 06:00.

Roberto,

Levei a pergunta do Timóteo para alguns dos intrutores que trabalham em academias e todos eles me respoderam que trabalham o ganho de massa muscular nos idosos. Depois de uma avaliação computadorizada é proposto um trabalho. Os velhinhos comparecem diariamente para realizarem os exercícios. Segundo os instrutores, esses senhores e senhoras são disciplinados e isso ajuda bastante. Executam também vários exercícos aeróbicos (bicicleta, eclipse, esteira) e aulas mistas (força e aeróbica). Com o ganho de massa muscular eles conseguem maior potência que os ajudam no dia a dia. Ficam cerca de duas horas/dia e cinco vezes por semana.

A corrida (leve) ajuda no sistema cardio-pulmonar e fortalece a musculatura das pernas, pois a maioria dão mais ênfases nos musculos dos braços, peitos, costas e abdômem. Recebem também muita massagem (nas poltronas e equipementos massagens apropriados).

Parece que o resultado é positivo. Segundo os instrutores, não chega a 3% o número de desistentes, e mesmo assim, as desistência são por motivos de mudança residencial ou outro qualquer, e não por falta de adaptação aos exercícios.

O número de idosos saudáveis é realmente impressionante, e são eles que ajudaram o país depois da guerra e das bombas.

Antes de residir no Japão eu nunca havia sequer pensando na quantidade de idosos que iria encontrar. Desiludido com a pouca valorização da Educação Física no Brasil aproveitei a oportunidade que o governo japonês deu aos descendentes, oferecendo visto de trabalho e de moradia.

Tenho certeza de que não viverei como os nativos, mas sei que tenho qualidade de vida melhor porque a infraestrutura e a tecnologia ajudam. Você precisam ver a beleza que é um Shinkansen correndo a 300 km/hora.

Abraços,

Por Lorena Mariana Cesário
em 22 de Outubro de 2012 às 19:57.

Os idosos devem trabalhar tanto potência muscular quanto a força, através de atividades como musculação por exemplo, porque é através das mesmas que obtêm-se um aumento significativo nos ganhos de força e também nops benefícios ósseos, possibilitando ao idoso realizar atividades diárias por mais tempo e com mais qualidade. É importante ao idoso, sempre realizar essas atividades com um acompanhamento médico ou de um profissional da área.

Por Rebeca de Carvalho Camargo Rigon
em 23 de Outubro de 2012 às 01:33.

Acho importante que os idosos fazem exercícios físicos, principalmente a musculação, para um ganho de massa muscular. Assim iram conseguir obter ganhos de força e benefícios para não terem a osteoporose futuramente. Um exemplo vivo é na academia que eu treino, tem um senhor de aproximadamente 75 anos, ele não falta nenhum dia, e ele adora fazer musculação, logicamente com o acompanhamento do profissional para não sobrecarregá-lo.


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