Resumo

Segundo a teoria dos campos de Pierre Bourdieu, um campo é um espaço social, em que agentes e instituições, munidos de capitais e habitus específicos, disputam o poder pela hegemonia, espaço e status dentro da estrutura onde estão inseridos. Este estudo tem como objetivo, estudar a estrutura do basquetebol de base de Curitiba, entendida como um subcampo social específico, dentro do que Bourdieu denomina “campo esportivo”, e suas relações com as ações da administração pública municipal, representada, neste caso, pela Secretaria Municipal de Esporte Lazer (SMEL). Busca-se descobrir se as ações desta Secretaria fomentam ou não, a estrutura do basquetebol de base na cidade, contribuindo com as demais instituições que ofertam a prática desta modalidade esportiva e atendendo as necessidades da demanda. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de cunho qualitativo, baseada em entrevistas semi-estruturadas, com os dirigentes dos principais órgãos evolvidos no processo: SMEL e Federação Paranaense de Basketball (FPrB), órgão principal responsável pela administração e desenvolvimento do Basquetebol no município e no Estado em geral. Somada às entrevistas, foi realizada uma análise de documentos, considerando os principais regimentos norteadores das ações de cada instituição A análise dos dados foi realizada confrontando os pressupostos originados da pesquisa empírica entre si, e os pressupostos originados da pesquisa teórica, que buscou estudar o esporte em suas diferentes possibilidades e sua interpretação e utilização por parte do setor público, como direito social. Se, por um lado, o esporte é considerado constitucionalmente, um direito social, e deve ser possibilitado a todos os cidadãos de maneira igualitária, por outro, é uma instituição que demanda certas características específicas, que podem ser interpretadas e utilizadas diferentemente por cada indivíduo ou grupo de indivíduos, e, se não consideradas, podem estar deixando de atender efetivamente, uma parcela da população, realmente preocupada com seu desenvolvimento esportivo. Como considerações finais, têm-se que a SMEL, ainda que oferte o esporte de base, não o faz de maneira democrática e, dada sua preocupação mais em atender um maior número de indivíduos, do que com o que realmente está se ofertando, não fomenta efetivamente o desenvolvimento do subcampo do basquetebol curitibano. 

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