Resumo

Este artigo refere-se a uma investigação da própria prática, realizada por um professor-pesquisador por meio de um autoestudo colaborativo, no contexto do ensino de conteúdos da educação física. A pesquisa foi realizada pelo professor no contexto de seu trabalho com alunos(as) de uma turma do ensino superior do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte (IFRN) – campus Natal Central (CNAT). O objetivo é apontar os indícios de transições no processo formativo de um professor-pesquisador de educação física, vinculados à noção de formação permanente de professores(as). Discute-se, inicialmente, a metodologia e a pertinência do autoestudo na prática docente. O estudo centra-se em narrativas autobiográficas que focalizaram os saberes mobilizados e apropriados pelo professor-pesquisador no seu contexto de trabalho. Os resultados apontam a importância da colaboração com outros(as) professores(as) – denominados(as) na literatura como “amigos(as) críticos(as)” – que fomentam inquietações e questionamentos e estimulam processos reflexivos. Conclui-se que, por um lado, o autoestudo é uma estratégia coerente e situada de investigação colaborativa da própria prática docente porque, ao compartilhar saberes e entendimentos, promove o desenvolvimento profissional dos(as) professores(as) envolvidos. Por outro lado, há um limite da pesquisa à medida que o foco não está nas vozes dos(as) alunos(as) como sujeitos que também poderiam contribuir para analisar a prática do professor.

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