Análise de biomecânica da corrida de paratletas com deficiência de membro superior
Por Carolina Duarte Cavalcanti de Melo (Autor), Jessica Angela da Silva (Autor), Ana Beatriz Gomes de Souza (Autor), Maria Eduarda de Souza Guedes (Autor), Melissa Leandro Celestino (Autor).
Em XV Congresso Brasileiro de Atividade Física e Saúde - CBAFS
Resumo
O Paradesporto compreende modalidades esportivas praticadas por pessoas com deficiência. Os esportes são adaptados ou desenvolvidos baseando-se nas especificidades dos atletas, fornecendo benefícios físicos, psicológicos e sociais. Atletas com deficiência nos membros superiores podem utilizar estratégias biomecânicas diferentes durante a corrida. Assim, torna-se necessário mapear como as medidas espaço-temporais podem ser impactadas pela deficiência física. OBJETIVO: Analisar e comparar parâmetros espaço-temporais da corrida de paratletas com deficiência de membro superior. MÉTODO: Foram recrutados, por conveniência, corredores maiores de 18 anos: seis paratletas com deficiência de membro superior no grupo paratletas e quatro atletas sem deficiência no grupo controle (GC). Sensores inerciais (MTw Awinda) foram afixados na pelve, coxas, pernas e pés para captura dos parâmetros espaço-temporais. A corrida foi realizada em uma esteira ergométrica, em velocidade máxima tolerada, constante, sendo analisadas quatro tentativas (média de 20 ciclos). Para a análise estatística, cadência, comprimento de passo e de passada foram comparados entre grupos por meio de análise de variância (ANOVA de medidas repetidas) e a velocidade foi avaliada pelo teste t para amostras independentes. RESULTADO: Os paratletas obtiveram valores da cadência significativamente menores (123,83± 83,58 passos/min), em comparação ao GC (171,429± 92,14 passos/min; p=0,032). O comprimento da passada e do passo não obtiveram diferenças significativas entre os grupos (p>0,05). Em relação a velocidade média, os paratletas apresentaram valores menores comparado ao GC (3,04 ± 0,63 vs. 3,78 ± 0,73 m/s), sem diferença significativa (p>0,05). CONCLUSÃO: Foram observadas diferenças nos parâmetros espaço-temporais da corrida de paratletas quando comparado ao GC. Conclui-se que os paratletas possuem um ciclo de corrida mais longo e menos cadenciado, resultando em menor velocidade média. Isso sugere que a deficiência de membros superiores pode afetar os parâmetros espaço-temporais, fazendo com que os paratletas busquem adaptações na organização temporal.