Resumo

Este artigo analisa a Copa do Mundo de futebol disputada em junho de 1938 na França, entendida como momento emblemático para a compreensão das negociações, conflitos e tensões sociais que permearam a construção da "nação" a partir do envolvimento de figuras proeminentes do Estado Novo, imprensa esportiva e torcedores com a campanha do selecionado brasileiro. Trata-se de um episódio esportivo de grande repercussão na vida nacional e cuja mobilização em torno da seleção revela concepções distintas a despeito do "Brasil" que se fazia representar em campos franceses. Mais do que um elemento promotor de unidade, capaz de congregar - na mesma torcida -, grupos sociais antagônicos e irmanar - sob uma mesma paixão - indivíduos dos mais diferentes perfis sócio-culturais, o futebol emerge neste episódio como espaço de disputas, desavenças e rivalidades que se encontram na base da edificação do sentimento nacional e da afirmação de um "estilo brasileiro" de jogar bola.

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