Resumo

INTRODUÇÃO: Atividades físicas (AF) são essenciais para a manutenção da saúde e a prevenção de doenças. Médicos têm um papel importante no aconselhamento de seus pacientes e na identificação de situações em que as AF devem ser evitadas devido à presença de condições clinicamente relevantes. Todavia, nos cursos de formação inicial a abordagem desta temática parece ser amplamente ignorada. OBJETIVO: Avaliar o nível de conhecimento de estudantes de medicina sobre a atividade física e suas contraindicações, bem como sua familiaridade com materiais técnicos e protocolos oficiais sobre o tema, observando a evolução desses conhecimentos ao longo do curso. MÉTODOS: Foi realizado um estudo exploratório (transversal), com estudantes de medicina de universidades sergipanas. Os dados foram coletados mediante utilização de questionário administrado via formulário eletrônico. O link do formulário foi enviado para grupos de estudantes por meio de redes sociais, sem exigir dos mesmos identificação pessoal. Na análise dos dados foram utilizados procedimentos descritivos e testes de Qui-quadrado. RESULTADOS: Participaram do estudo 92 respondentes com idade de 25,8 anos (DP=6,5), sendo que 52% eram homens e 51% estudantes do 1º ao 4º período. Somente 20% referiram se sentir preparados para dizer a um paciente que o mesmo está apto para praticar AF. Além disso, 80% não conhecem contraindicações absolutas para essa prática e 99% não conhecem o conteúdo do Guia de Atividade Física para População Brasileira. Observou-se também que 96% não conhecem o manual Promoção da Atividade Física na Infância e na Adolescência, da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Não houve associação entre período do curso e percepção de competência conceitual em relação às AF (?2=3,9; p=0,14). CONCLUSÃO: Apesar da importância das AF como recurso terapêutico não farmacológico, a maioria dos estudantes de medicina não se sente preparada para orientar pacientes, desconhece contraindicações absolutas e não tem conhecimento sobre guias orientadores.