Resumo

Pela observação da realidade atual, onde o corpo recebe atenção e interesse,
destacadamente por grande parte da nossa sociedade. O estudo objetivou
compreender como o idoso do meio rural e do meio urbano percebe e vive seu
corpo. O trabalho prosseguiu com entrevistas semi-estruturadas a 18 idosos do
meio urbano e 25 do meio rural.As entrevistas, ao receberem o tratamento adequado,
foram sujeitas a interpretação, uma análise de seu conteúdo, que acompanhadas por
um diário de campo formaram categorias a posteriori. Para que houvesse um diálogo
entre os dados do real e a teoria, uma revisão bibliográfica foi realizada. Esta
fundamentou-se tanto em discussões da atualidade, quanto em considerações de
clássicos da literatura sobre os respectivos assuntos. Quanto à análise das entrevistas,
pode-se perceber diferenças relativas aos meios, onde os idosos urbanos
demonstraram uma maior heterogeneidade em suas considerações. Na população
rural foi possível encontrar duas categorias. Uma referência corpo pelos seus aspectos
anatomofisiológicos enquanto a outra, não exclui este, mas o sobrepõe ao atribuir
importância na sua utilidade como meio de vida. No meio urbano o corpo foi
expresso sob uma maior diversidade de aspectos, como o corpo anatomofisiológio
e o dualismo corpo-alma. Porém, percebe-se nas falas uma diferenciação dessa
tradição dualista. Neste grupo urbano o corpo é apresentado como merecedor de
cuidados e atenção, pois é visto com positividade, mesmo que pareça submisso à
alma. Outra colocação destacada é a corporeidade, este tipo de visão e vivência do
corpo defende o equilíbrio harmônico do mesmo, onde não é imprescindível que
ele seja perfeito, mas sim, que seja vivido com integridade na realidade, pela construção
de uma identidade. Dado, portanto, o confronto bibliográfico com as entrevistas,
constatou-se o peso da história, e da sociedade como indicadora de costumes, pois
algumas colocações tendem a dar continuidade a pensamentos enraizados, porém
outras colocações também indicaram a dinâmica do homem e sua capacidade, cada
vez maior e veloz, de transformação.

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